2012 chegou com tudo, principalmente por aqui, na Terra Brasílis: primeiro o superrevéillon e depois, sob um sol escaldante para turista nenhum colocar defeito, a celebração do Carnaval. E eu que, até onde me consta, também sou filho de Deus, também dei o ar da graça nos blocos da minha Cidade Maravilhosa que, vale a pena ressaltar, já ultrapassou a fanfarra soteropolitana – Chupa essa, Salvador!
Deixando as rivalidades juvenis de lado, posso atestar que o Rio de Janeiro está melhor do que nunca no quesito Carnaval: os blocos de rua funcionam, são megavariados, carregam verdadeiras multidões e deixam a cidade ainda mais mágica. Fato que deixa qualquer eu-lírico inebriado de tanta inspiração.
Este ano, decidi ir a blocos que não conhecia. Sabe o que eu achei? Não poderia ter tomado uma decisão mais assertiva: amei cada nova descoberta, cada novo personagem incluído no leque dos figuraças, cada brinde, sob o sol, com os amigos... Tratou-se de uma forma literal de celebrar a juventude! Isso, claro, não tem nada a ver com a idade, mas com a vivacidade intrínseca que a gente traz para dividir com o mundo, tendo 8 ou 80 anos.
Meus destaques:
Sargento Pimenta foi a bola de vez. Em seu segundo ano de vida, os caras estão com moral de veteranos. O Aterro do Flamengo foi pequeno para abarcar tantos foliões maníacos por Beatles! Se você estava em Marte nos últimos tempos, não tem problema, eu te ajudo a ligar os pontos: o bloco basicamente leva a multidão tocando clássicos dos Beatles em ritmos brasileiros, desde o maracatu até o funk. Eu, como estava na gringa no ano passado, não pude ver o nascer desse movimento. Neste fevereiro, porém, pude constatar que o Sargento Pimenta foi uma grande sacada. Afinal, incorporar os hits da mais famosa boyband da história no Carnaval só poderia dar samba.
Só me pergunto se daqui uns 30 anos haverá um bloco, nesses mesmos moldes, homenageando os Backstreet boys... Brincadeirinha, não me matem, please!
Outra ótima opção, desta vez celebrada na Praça Tiradentes, foi o ‘Toca Raul’. Além da boa música, o bloco levou vantagem no quesito conforto, apesar da multidão, havia espaço para celebrar e performar as músicas do controverso Rockstar, em ritmo de Marchinhas. Fiquei surpreso com o poder de comoção e excitação que ‘metamorfose ambulante’, ‘eu nasci a dez mil anos atrás’ e até mesmo ‘eu sou a mosca que pousou na sua sopa’ causou na galera. Lindo de ver e épico de viver. Fiquei feliz de, pelo menos desta vez, ter deixado o meu amado ‘Simpatia quase Amor’ para ouvir e curtir o Raul.
(fonte: Fernando Maia- Riotur)
O Bloco Cru começou meio ‘boring’ (talvez pelos meus primeiros sinais de exaustão). Calma, só ficou assim até a página 2. Já tinha sido convencido de que há, sim, simbiose entre rock e samba, mas queria mais. Muito mais! Sob o céu rosado do entardecer e o ar nostálgico da Praça XV, as energias foram recuperadas para mais uma enorme carga de folia. Destaque para as versões de ‘girls just wanna have fun’ (Cyndi Lauper), ‘I want to break free’ (QUEEN) e a louvável ‘Billie Jean’ (Rei Michael). Nesses momentos, me transportei para um outro plano, bem pertinho dos domínios do Rei Momo e, como um bom brasileiro, celebrei horrores.
Claro, houveram os blocos tradicionais que deram show, mas esses já não são, pelo menos para mim, uma novidade. Eles sempre protagonizam grandes momentos no carnaval, principalmente os meus dois amores: Simpatia quase amor e Banda de Ipanema.
Para encerrar, preciso elogiar a organização desses eventos múltiplos no Rio: haviam muitos banheiros químicos e a presença da polícia e guarda municipal se mostrou notável. Isso, obviamente, resultado da minha observação de folião, sem analisar dados e índices de efetivo nas ruas. Acho que deu certo! Este é o caminho e tenho certeza de que ano que vem as coisas estarão ainda melhores.
Para vocês, eu espero que tenham se divertido tanto quanto ou mais do que eu. Bola para frente, people, porque, se os Maias estiverem errados, ano que vem tem mais!
Grande Abraço!